O teu poema é um touro forte
Lá das terras de Sevilha...
Um touro forte que se posiciona
Bem no centro da arena de tuas idéias...
Um touro com chifres longos e afiados
Que arfa e resfolega
Quando risca o chão com duas patas dianteiras
(Uma em seguida da outra bem lentamente...)
Para dar o golpe certeiro
No leitor-toureiro...
Leitor-toureiro que é sempre pego num susto disprevinido
Quando ele próprio se apunhala
Com tua palavra-espada...
O teu poema é uma pedra bruta
Lá das terras de Pernambuco...
Uma pedra bruta que se educa
No instante em que se fura...
Uma pedra bruta onde se esconde os inabaláveis mistério
E segredo,
da genialidade,
Do poeta áspero,
Do poeta seco...
Um poeta que sempre lapidou
com muita destreza
e labor,
Tua literária-pérola!
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