Vagões cheio de cadáveres…
Corpos nus,
Amontoados…
Um cheiro fétido sobe como fumaça…
As viúvas e os órfãos
Aguardam para enterrar seus pais e maridos,
Seus entes queridos…
Choram,
Sofrem horas antecipadas.
O tempo passa.
Os cadáveres se decompõem
Sobre um chão prateado.
O maquinista aflito
Conta os segundos para
Chegar na estação.
Insetos principiam a comer os tecidos
E os corpos dos mortos.
Insetos também comem os ossos…
horas depois,
o trem pára.
O maquinista abre as portas dos vagões
E o cheiro sai pelas janelas…
As viúvas e os órfãos
Veem apenas ossos amontoados.
O maquinista pega um carrinho
Os coloca dentro
E os enterram num cemitério ao lado…
Copiosamente as viúvas e os órfãos
Choram os mortos não velados….