sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Fatídico Natal

Quando o natal chegou,
já era tarde!
Ele nada me ofertou,
Não me fez surpresa alguma,
E se me enviou carta,
uma,
Amarrada a um pacote-bomba,
Fora a de suicida,
Desejando-me uma feliz passagem
Por de baixo da porta-guilhotina...
E como um marinheiro louco,
como um forasteiro louco,
invadiu o meu lar,
se espalhou no sofá,
e  bagunçou tudo...
Um sorriso irônico,
demonstrou nos lábios...
Como se me condenasse por algum crime
Que eu não sabia que cometeria...
(O relógio continuava ticando...)
Passados alguns segundos,
Desejei uma estrela virar,
E apenas brilhar, brilhar, brilhar...
Antes de tudo...
Tudo...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Canto de pássaro

O que diferencia a noite do dia é o canto dos pássaros...
Isso eu fui só entender hoje pela manhã quando acordei...
Se não me falha à memória
Eram cinco horas exatas,
E havia imensa penumbra lá fora...
Aqueles pássaros;
(Surgidos todos em bando...);
Cantaram!
Era um canto agudo; distante...
Um canto que brotava bem em baixo dos primeiros raios...
Um canto que brotava bem em baixo da nova manhã!
Nenhum som;
Nada...
O canto era o primeiro que descortinava a madrugada,
Logo em seguida,
(Todos em bando),
Por sob a tela do céu revoavam...
E mais à baixo,
Sob o som de mil pássaros,
E de suas mil asas,
um matutino se inaugurava...
Foi só quando o episódio passou,
(Filme colorido sob a película do ar...)
É que eu havia compreendido.
Ali,
Naquele instante;
Que nada existe,
Nem manhã;
Tão pouco madrugada;
Sem o trinado, distante, singelo e eterno canto dos pássaros!