sexta-feira, 10 de agosto de 2007

A velhice do poeta (Para Plácido de Magalhães Gomes)

Cultivarei a velhice do poeta!
Suas rugas, seus pêlos brancos,
sua face por fazer...
Cultivarei sem luzes e sem horizontes,
seu olhar caído,
seus atrasados passos,
sua voz balbuciante,
como alguém que sempre quis voltar á infância mas que nunca pôde...
Cultivarei como flâmula,
suas mãos trêmulas sobre a bengala,
suas pernas eternamente ao vento...
Como alguém que um dia se desejou
E voo não alçou...
Cultivarei como vela,
Seu criativo
e inspirador prazer se esvaindo ao léu,
Se apagando com o peito,
alma
e coração de poeta...
Como alguém que já não pôde mais pensar,
pois na cabeça já não cabe
e para as futuras gerações,
o melhor é deixar!