domingo, 4 de junho de 2023

Corcel

 És belo

E imponente.

Forte,

Resistente.

E livre,

 Livre plenamente...         

A liberdade é verde como pasto!

(Liberdade dos corcéis por sobre os campos...)

E eu,

De dentro da cerca,

Apenas observo...

Eu,

Tão cheio de amarras

E arames farpados,

Observo um bicho irrestritamente selvagem...

(Há sempre muitos utensílios entorno da alma...)        

Tais utensílios,

Que um só corpo de homem sufoca,

Seu corpo suporta...

(Finge suportar...)

Concentrando tudo isso,

Refletindo tudo isso.

A alma emite seu suspiro.

Resfolega,

Desiste,

Desintegra

E se entrega...

Mas no campo aberto,

(Campo fora de mim...)

Há um negro corcel.

Ah,

Se matasse a inveja,

(Inveja odiosa!)

Morta estaria minha alma,

Morta e liquidada...

Eu mesmo estaria morto.

Morto por de baixo desse pasto,

Morto por de baixo das patas daquele cavalo...

Evoé Corcel,

Evoé!                                                                                             

(Este seria meu grito ou canto de liberdade, antes do último suspiro...)