quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Morte Maior

A maior morte,
não é a morte matada
ou a morte morrida...

A maior morte,
é a morte simbólica,
morte em vida...

A maior morte,
é a morte,
que mesmo se estando vivo,
mesmo se tendo vida,
andando
por uma rodovia,
por uma rua,
por uma estrada,
por uma calçada,
por uma esquina
ou mesmo por um beco,
(principalmente sem saída...)

Encontra-se alguém....
Ex-amante,
ex-amor,
ex-amigo,
ex-conhecido...

E quando essa pessoa encontra você.
Te encara face a face,
como se estivesse encarando a face 
do pior inimigo estirado em seu caixão,
dando graças ao diabo por ter partido.

A maior morte é quando,
todo o mínimo resquício
de sombra,
de lembrança,
de memória,
ou de idéia do inimigo,
eternamente se cruza,
e se recruza no caminho.
Mesmo que involuntariamente,
dentre um raivoso
e odioso silêncio...

Um silêncio
que se choca,
que se fere,
que se racha,
que se quebra,
que se arrebenta,
que se esfacela,
que se mata
e que suicida...

Cotidiana,
mútua
e sistematicamente,
a cada instante
e a cada segundo de ódio
e de horror...

A maior morte é quando,
não há nunca como fugir desse encontro,
desse momento,
ou desse instante,
de infinito desprazer
e dor...

Dor,
em que se morre apenas um,
ficando o outro vivo,
pelo sublime prazer infinito,
de ter de matá-lo novamente,
ter de matá-lo sempre,
ter de matá-lo eternamente,
ter de matá-lo infinitamente...