terça-feira, 9 de junho de 2020

Poema Erótico

Mergulhastes, mergulhastes
Minha solene consciência
Em tuas tetas negras,
Tu me destes para eu beijar...
Nós,
Rolando em incandescentes lençóis,
Com que o destino sem medidas nos fez flutuar...
Num pensamento extravasado,
vou acariciando a tua pele nua,
derramando-me em teu corpo,
desejando nunca mais desprender-me
de ti,
nunca mais...
Com o pão e o vinho da carne e do sangue dos amantes,
vou entornando a minha angústia pela garganta adentro,
até eu me desmistificar
dos privilégios que um homem despido
e apaixonado por ter em tuas noites de orgias insensíveis
e imperdoáveis...
Mas há tantos lamentos que eu tenho de desmistificar,
que os próprios não cabem em minha boca,
não consigo recitá-los
e apelar à minha angústia,
de ser um homem apaixonadamente despido,
lamentando-se de teu inexistente solene amar...