domingo, 11 de fevereiro de 2024

Vagões cheio de cadaveres

 Vagões cheio de cadáveres…

Corpos nus,

Amontoados…

Um cheiro fétido sobe como fumaça…

As viúvas e os órfãos 

 Aguardam para  enterrar seus pais e maridos,

Seus entes queridos…

Choram,

Sofrem horas antecipadas.

O tempo passa.

 Os cadáveres se decompõem

Sobre um chão prateado.

O  maquinista aflito 

Conta os segundos para 

Chegar na estação.

Insetos principiam a comer os tecidos 

E os corpos dos mortos. 

Insetos também comem os ossos…

horas depois,

o trem pára.

O maquinista abre as portas dos vagões

E o cheiro sai pelas janelas…

As viúvas e os órfãos  

Veem  apenas  ossos amontoados.

O maquinista pega um carrinho

Os coloca dentro 

E os enterram num cemitério ao lado…

Copiosamente  as viúvas e os órfãos 

Choram os  mortos  não  velados….

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