terça-feira, 29 de outubro de 2024

Ausência de Vida Completa

Numa rua escura, vazia e deserta, o vento varre as folhas... O vento varre as folhas, simbolizando a ausência de vida completa... Algo ou alguém que morreu, algo ou alguém que se foi, algo ou alguém que já não existe, algo ou alguém que já não volta mais. Numa rua escura, vazia e deserta, o vento varre as folhas... Nenhum som ao redor, nenhuma gente passando, nenhuma sombra, ou vulto se quer... Numa rua escura, vazia e deserta, o vento varre as folhas... O vento varre as folhas como uma lembrança ou uma recordação de um amante, de um amor, de um amigo, de um ente ou de um conhecido que se foi e que já não volta mais... Numa rua escura, vazia e deserta, O vento varre as folhas, como se tudo morresse, como se tudo acabesse, e só restasse o resquício, de uma rua escura, vazia e deserta onde o vento varresse as folhas E nada exististe ali, nenhuma vida se quer. Apenas uma rua escura, vazia e deserta onde o vento varresse a folhas... O vento varre as folhas, numa rua escura, vazia e deserta, simbolizando a ausência de vida completa...

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Rua Vazia (Para Antônio Cícero)

Querido filósofo,escritor e compositor Antônio Cícero. A rua parece vazia sem você. Eu me lembro dos nossos encontros, dos nossos sorrisos, dos nossos cumprimentos, e das nossas conversas. Eu me lembro quando falávamos de música e de literatura. Eu me lembro dos nossos chopes, quando sentávamos você, eu e Alberto Pucheu na mesa de um bar da Cobal, à noite, conversando sobre coisas bonitas da vida. A Rua David Campista terá sempre os nossos passos gravados no cimento e no concreto. Ninguém morre quando um alguém permanece no coração de um outro alguém. Esse poema é um poema de saudade, um poema de amizade, um poema de respeito, um poema de admiração profunda. Onde você estiver, você estará eternizado na memória, na lembrança e na recordação. Pessoas especiais, se encantam e permanecem para sempre na alma, no peito e no coração das outras pessoas. Onde você estiver, esse poema é para você, um poema onde eu derramo a minha saudade, e porque não dizer, a minha tristeza. Na nossa rua, sempre estarão gravados os nossos passos, as nossas conversas, a nossa amizade, o nosso carinho, o nosso respeito e a nossa admiração mútuas. Onde você estiver, esse poema é para você eternizando você nesses versos. Carinho sempre, respeito sempre, amizade sempre, admiração sempre. Gravado em mim, gravado em você, gravado em nós, eternamente!

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Viagem

 Quando eu ia a Minas de ônibus ou de carro

Eu adorava ver os bois espalhados nos pastos...

Eu contava quantos animais que tinham

Como se eu contasse carneiros e ovelhas...

O campo parecia distante e os bois idem

Eu contava tantos bois que havia

Que na conta eu me perdia...

(O pasto ficava colorido...)

Eram tantos animais no campo pastando,

Que eu não pegava sono,

Na viagem eu não dormia...

domingo, 13 de outubro de 2024

Momento (para Henrique Varella)

Nós dois deitados no gramado

Da Lagoa Rodrigo de Freitas...

Colocávamos nossos braços sob as nossas cabeças,

Cruzávamos nossas pernas,

Sorríamos,

conversávamos sobre a vida

admirando o céu...

(No fundo,

Havia um cinema…)

Assistíamos  a um filme 

projetado nas estrelas!

 

sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Na Esquina Pensando Na Sua Morte

 É um dia chuvoso

E eu estou parado na esquina,

Esperando o sinal fechar

Pensando na sua morte...

Fazem quase cinco meses que você se foi.

Você partiu

E me deixou às sete e meia da manhã,

Nesta esquina sob uma chuva torrencial...

E pensando também,

Que depois de maio,

 Eu nunca mais vou te ver...

Estou de calça jeans,

Boné, casaco e que saco!

Não pára de chover...

A chuva não desenterrará você,

A chuva apenas levará as suas cinzas 

Para um lugar que eu não sei onde...

O sinal se fecha,

E eu,

Sob a chuva,

 Atravesso a rua,

Ando mais alguns quilômetros,

Chego ao meu local de trabalho,

Pensando sempre na sua morte.

Vejo você dentro daquele caixão,

Pálido e tranquilo,

De sentidos cerrados,

Seu corpo sob flores

Na sala daquele cemitério...

Você,

Meu único avô,

Morto,

 E depois cremado...

Seu corpo reduzido em uma caixinha de madeira…

Depois,

Talvez,

 Jogadas ao mar pelas mãos de minha avó...

Eu estou em pé nesta esquina às sete e meia da manhã,

Sob uma chuva torrencial pensando em tudo isso...

E pensando também

Que talvez,

A morte seja apenas um rapaz de boné, casaco e calça jeans

Em pé,

Numa esquina, 

Sob uma chuva torrencial,

Esperando o sinal fechar

Sem nunca conseguir atravessar!