sábado, 15 de fevereiro de 2025
Oração pelo dia dos namorados
Que os namorados tenham sempre
uma face e dois olhos.
Uma face com dois olhos.
Um olho de ver
e outro olho de enxergar os namorados.
Que os namorados tenham sempre um nariz
e duas narinas.
Um nariz com duas narinas para poder, sentir e cheirar.
Para poder sentir o cheiro.
Do perfume que exala da rosa dos peitos, dos corpos e das almas dos namorados.
Rosa tão amena e delicada de eterna primavera brotada.
Brotada dos peitos, dos corpos e das almas dos namorados.
Que os namorados tenham sempre um duas orelhas e dois ouvvidos,
duas orelhas com dois ouvidos.
Dois ouvidos para ouvir, sentir e soar.
Dois ouvidos para sentir, ouvir o soar da música xdee da canção que brota
e ft sempre brotará de cada via, de cada veia e de cada veio onde sempre
e infinitamente soará cada batida, cada balada e cada CTdsz badalada dos dois corações
de dois namorados.
Que os namorados tenham sempre uma boca e dois labios,
uma boca com dois lábios.
Dois labios que saibam dizer sim, que saibam dizer sim ao invés de não ou de talvez ou de talvez não para os namorados.
Que os namorados tenham sempre um só peito, alma e coração.
Um só peito, alma e coração para poder, saber e sentir.
Para poder saber sentir os sinceros sentimentos dos sempre eternos e infinitos namorados...
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025
Labirinto
Eu abro uma porta,
e me encontro num labirinto.
Eu caminho por ele,
e como em todo o labirinto,
estou perdido.
Mais uma vez eu não encontro a saída.
O labirinto é a própria vida.
E as portas são os sentimentos,
E os pensamentos.
Quando eu abro
uma porta,
eu me deparo com um muro...
Eu fecho a porta,
e volto para o labirinto.
Chego ao fim,
e sempre me deparo com um muro...
Assim é a minha vida,
um labirinto com mil portas a serem abertas e fechadas
e do outro lado,
apenas muro.
Não se acha entrada,
nem se acha saída...
Como se eu estivesse correndo atrás do próprio rabo,
como um cão triste,
tentando encontrar a saída que não existe.
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025
No Escuro
Eu tateio no escuro
e não acho...
Estou cego,
estou mudo,
estou surdo,
estou paralisado,
estou só,
de sentidos cerrados...
Não sinto o calor de suas mãos
quando chego mais perto as minhas mãos de suas mãos.
O escuro é tomado por ausências e por silêncios...
No escuro,
eu sinto uma necessidade imensa
de me agarrar a algo
ou a alguém para não me perder,
para não me machucar,
para não me ferir,
e estar sempre a salvo de qualquer perigo
que a vida
e as circunstâncias sempre me apresentam.
Há no escuro uma falta de noção imensa do tempo
e do espaço...
Estando cego,
mudo,
surdo,
paralisado
e só,
tropeço caio
e me machuco...
É só no escuro que se fica à deriva,
é só no escuro que se fica a Deus dará...
A vida no escuro não se vive.
Eu não encontro ás suas mãos para ancorar às minhas mãos em suas mãos.
Eu preciso ancorar o meu corpo no seu corpo
para não me perder.
Eu preciso agarrar-me a um local seguro,
a uma coisa segura,
para não sofrer no escuro,
acidente nenhum.
É só no escuro que se perde a noção da vida,
é só no escuro que se fica à deriva,
é só no escuro que se perde a noção do mundo,
é só no escuro que se perde a noção de tudo.
Tropeço,
caio
e me machuco...
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025
O Filho Que Eu Não Fiz
Cortar,
castrar,
capar a possibilidade desta alegria.
Cortar,
castrar,
capar a possibilidade desta felicidade.
Simplesmente cortar,
castrar,
capar,
evitar a criação.
Quantos beijos,
quantos abraços,
quantos carinhos,
quanto amor,
quanta paixão,
quanta alegria,
são retirados,
são evitados,
são negligenciados
ao cortar,
ao castrar,
ao capar uma parte minha.
Ah,
àquelas noites mal dormidas.
Acordar de madrugada
para embalar,
ninar o meu filho.
Tomá-lo,
tê-lo nos braços,
sentir o cheiro de talco,
de leite-de-rosas.
ouvir o riso,
ver o sorriso
estampado na face angelical.
Depois vê-lo crescer,
engatinhar,
balbuciar,
falar,
andar,
correr...
Abraçá-lo,
beijá-lo,
ouvir o seu riso tão doce,
tão gostoso...
Ver
e ouví-lo chorar...
Acalentá-lo,
consolá-lo
nos momentos de dor.
Tomá-lo pelas mãos,
sair por aí,
sem hora para chegar.
Passear no parque,
vê-lo brincar.
Tomar um sorvete,
chupar um picolé,
comer um biscoito,
um algodão doce...
Ser ele,
o meu filho tão querido
e tão amado.
Mas a vida,
as circunstâncias,
fazem-me cortar,
fazem-me castrar,
fazem-me capar,
fazem-me evitar a possibilidade de ter,
de ser
e de criar.
Eu nunca vou ter essa felicidade,
essa alegria.
A felicidade
e a alegria de ouvir o choro primeiro do meu filho
saindo do ventre da companheira.
Colocá-lo no berçário,
vê-lo dormir.
Ver pela primeira vez o seu rosto,
o seu corpo rosado...
Ver pela primeira vez,
o seu sorriso,
o seu riso...
Depois levá-lo para casa,
amá-lo.
zelar por ele,
estar por ele,
ser por ele.
Mas a vida achou melhor cortar,
castrar,
capar essa possibilidade.
O filho que eu não fiz,
vive no vão,
vive no vácuo,
vive na brisa,
vive à deriva.
Cortar, castrar, capar essa felicidade...
Cortar, castrar, capar essa alegria...
Simplesmente cortar, castrar, capar!
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