quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Natureza

Um passarinho bebia a água,
deixada dentro de uma folha
pendurada,
esquecida
e abandonada
 em um galho grosso
e torto de uma árvore...

Um raio de sol,
transpassava o corpo do pássaro,
a espessura do galho,
e a textura da folha,
colorindo-os de infinitas cores...

Tanto a folha,
quanto o galho
e quanto o pássaro,
brilhavam à luz do sol...

Em baixo,
havia um chão marrom.
Um chão,
onde plantas diversas brotavam
e cresciam infinitamente,
junto com o ritmo
do brilhar do sol,
do chacoalhar da folha,
do balançar do galho
e do cantar do pássaro...

Milhares de beija flores
lentamente se aproximaram
e se alimentaram,
tirando um pouco do néctar...

Os beija flores,
em grupo,
bateram asas na velocidade de um segundo,
pairando todos estáticos no ar...

No fundo da mata,
havia um rio com águas cristalinas...
Um rio,
em que o som,
confundia-se com o som de todos os bichos,
confundia-se com o som de toda a natureza...

Vários animais,
de diversas espécies
e tipos,
aproximaram-se do rio,
pastaram
e beberam água...

Depois,
todos eles passaram por mim
com sua natural indiferença...
Pois naquele momento,
como em todos os momentos,
e sempre,
eles existiam para mim,
mas eu jamais poderia existir para eles...

Eu caminhei pela mata,
olhei,
admirei
e contemplei
tudo o que havia em volta...

Parei,
abaixei-me,
provei
e bebi daquela água...

Molhei meus lábios,
meu rosto,
meu corpo...

Depois deitei-me por sobre a grama,
fechei os olhos,
respirei profundamente o perfume deixado no ar
e levemente sorri...

Sorri,
agradecido por estar vivo ali.
De repente percebi,
que todas as coisas são 
E continuam independentes de mim.
Agradeci,
e sem desprezo
ou indiferença,
virei às costas
e parti!

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