terça-feira, 24 de dezembro de 2024
No ano em que você nasceu(Para Cristian Luiz)
No ano em que você nasceu,
o Brasil disputava a final da copa do mundo
contra a Itália nos Estados Unidos.
O jogo só foi decidido nos pênaltis...
E Roberto Baggio,
ia bater.
Ele tomava distância,
se concentrava,
fechava a cara,
corria,
chutava
e isolava a bola por cima do travessão!
Neste segundo,
o Brasil foi tetra campeão da copa do mundo...
Todos nós nos levantamos.
E,
eufóricos,
saímos correndo gritando estrada á fora:
Brasil, Brasil, Brasil, Brasil, Brasil!
Tinha eu onze anos de idade,
e você,
apenas quatro meses...
Foi à primeira vez que eu presenciei o Brasil ser campeão de uma copa,
no ano em que você nasceu...
sábado, 21 de dezembro de 2024
Há Quase Vinte Anos (Para Maria Gabriela Eloy)
Nós dois sentados no pátio da faculdade.
Apresentavá-mos-nos um para o outro.
Conversávamos,
sorríamos,
como se nos conhecêssemos há anos.
Amor à primeira vista talvez.
Amizade,
com certeza.
E um carinho,
uma admiração que dura há quase vinte anos.
Se eu aprendi alguma coisa na faculdade,
aprendi o valor de uma amizade;
aprendi o valor da nossa amizade.
Uma amizade tomada por um amor que dura há quase vinte anos.
Vinte anos não se passam assim:
num piscar de olhos...
Às vezes eu desejo voltar à faculdade só para nos reconhecer,
para reviver os momentos mais importantes, felizes e significativos das
nossas vidas.
Parece que as nossas vidas
ficara amarrada uma na outra.
Parece que as nossas vidas,
fazem parte uma da outra.
Vinte anos é uma eternidade a ser conservada para sempre.
Como dizia o poeta Mario Quintana:
“A amizade é uma espécie de amor que nunca morre!”
quarta-feira, 18 de dezembro de 2024
Memória Fotográfica
Meu avô vacinava uma vaca malhada...
Alguém tirou uma fotografia do momento.
Meu avô era um homem
de um pouco mais de um metro e cinquenta.
A vaca que o meu avô vacinava,
era tão grande,
que o seu corpo cobria toda a fotografia.
Ela era linda.
E o fotógrafo
(que provavelmente era algum conhecido ou parente...)
registrou o momento em que meu avô segurava a pele do bicho
e aplicava a injeção...
Esse momento,
esse episódio.
Como vários momentos e episódios
da minha vida,
ficou até hoje registrado na minha memória fotográfica.
Eu não consigo me lembrar de coisas que ocorreram há cinco
ou há dez minutos,
mas consigo me lembrar de coisas que ocorreram há mais de trinta anos...
O meu avô,
a varanda,
a vaca malhada,
a injeção aplicada
e a fotografia por algum parente tirada...
Isso,
há mais de trinta anos...
segunda-feira, 16 de dezembro de 2024
Gullar
As frutas na fruteira
não marcam mais o tempo.
O tempo das frutas,
agora,
está coberto por ausências
e por silêncios.
As frutas apodrecem na fruteira,
sem saber da passagem do tempo...
As frutas na fruteira,
apodrecem o próprio tempo.
O tempo passa lentamente
junto com o apodrecimento das frutas...
Quem primeiro apodrecerá:
As frutas na fruteira,
ou o tempo solto no ar
sexta-feira, 13 de dezembro de 2024
Poema de Natal
Depois da maturidade,
o natal levou toda a minha ilusão...
Dou e recebo presentes por seguir a tradição.
Bebo vinho,
como peru,
celebro,
comemoro
e brindo à vida,
sem mais acreditar em Papai Noel...
Depois da minha adolescência,
por saber que Papai Noel não mais existe,
tornou-se o natal para mim,
um pouco mais triste...
Tornou-se para mim,
o natal,
uma festa comercial.
Antigamente,
eu olhava para o céu,
e imaginava o Papai Noel chegando com as suas renas e trenó
com um saco repleto de presentes...
Depois disso,
de tão desiludido,
não acredito nem em Jesus Cristo...
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